Seminário aponta rumos para o desenvolvimento da Bioeconomia no AM

Ações para combinar saber tradicional, implantação de Unidades de Conservação, políticas públicas inclusivas para garantir acesso ao mercado e uma coalização global da economia verde foram algumas das propostas para estruturar o desenvolvimento sustentável no Estado, apresentadas no 1º Seminário de Bioeconomia do Amazonas.

O evento ocorreu nesta segunda-feira (28/09), no primeiro dia da 42ª Exposição Agropecuária (Expoagro). Em formato totalmente on-line, a programação está sendo transmitida pelo canal da Sedecti no Youtube @sedectiamazonas e, também pelo canal da TV Encontro das Águas, na mesma plataforma.

Organizado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), o Seminário reuniu protagonistas de peso no debate em torno das políticas de desenvolvimento sustentável: o cientista Spartaco Filho da Universidade Federal do Amazonas/Rede Bionorte, o secretário executivo de Meio Ambiente do Amazonas Luís Henrique Piva, o representante do Conselho Nacional das Populações e Comunidades Tradicionais Dione Torquato, e o superintendente geral da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) Virgílio Viana. A mediação ficou por conta da secretária executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação, órgão da Sedecti, Tatiana Schor.

Aos participantes do seminário foi lançado o questionamento: “Como promover um entendimento sobre a bioeconomia em um contexto amazônico”. Para o pesquisador Spartaco Filho é fundamental que haja uma ação forte, antes de tudo, para conter a destruição da floresta. “A Amazônia está em risco, em meio a toda biodiversidade existente na região”, alertou. Ele defendeu a instalação de unidades de manejo integral, a exemplo da existente na reserva de Mamirauá, onde é realizado com sucesso o manejo do pirarucu, incluindo nesse cenário o madeireiro e outros apontados por bioprospecção.

A estruturação de políticas públicas junto às comunidades que garantam infraestrutura, justiça social e equidade de gênero foi uma das propostas apresentadas pelo secretário Luís Henrique Piva. “O saber tradicional, a cultura dessas populações devem ter espaço valorizado nesse debate”, argumentou.

Dione Torquato destacou a socioeconomia e o uso coletivo do território por populações indígenas e tradicionais no Amazonas, e as perspectivas de desenvolvimento nessas regiões. “O extrativismo sustentável, com meios para melhorar a produção de castanha, açaí e pirarucu é que pode contribuir para a manutenção do modo de vida dessas comunidades”, complementou. Os desafios, segundo Torquato, são antigos. “Precisa haver regularização fundiária e políticas públicas transversais”, enfatizou.

Uma estratégia segura para desenvolver a bioeconomia no Estado passa por uma solução holística, afirmou Virgílio Viana, que deve dialogar os 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), incluindo a formação de núcleos de conservação e sustentabilidade, programas de educação e empreendedorismo, entre outros fatores. Uma coalização global de economia verde para ampliar as atividades sustentáveis “centrada  nas pessoas” é a linha do programa que será lançado pela FAS, lembrou Viana, ainda este ano.

Programação

No dia 30, quarta-feira, a programação da 42ª Expoagro prossegue com o Painel 4: “Fortalecimento das Cadeias Produtivas da Bioeconomia Amazônica, às 10h, com a participação de Sandra Neves, da Associação Agropecuária de Beruri, Pedro Mariosa, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Carina Pimenta, do Instituto Conexus, André Viana, do Idesam, e Artur Coimbra, do Nakau.

Às 15h30 acontece o Painel 5; “Empreendedorismo e a Cultura de Inovação na Bioeconomia Amazônica”, com a participação de Paulo Renato, do Sebrae, Andreia Bavaresco, do Instituto Internacional de Educação do Brasil, Olinda Canhoto, do Centro de Biotecnologia da Amazônia, Macauly Abrel, da Associação Polo Digital, e Antônio Mesquita, da Ufam.

O encerramento do Seminário será no dia 30, às 16h50, com um pronunciamento do governador Wilson Lima. Toda a programação é aberta ao público e pode ser acompanhada pelo Youtube sedectiamazonas ou TVEncontrodasÁguas ou ainda pelo Canal TV Encontro das Águas, no 513 NET ou 2.5.