Órgãos ambientais e de segurança do AM alinham estratégias para nova etapa da Operação ‘Curuquetê 2’
Os sistemas estaduais do Meio Ambiente e de Segurança Pública do Amazonas estiveram reunidos, na tarde desta sexta-feira (24/07), para alinhar as estratégias de atuação para a nova etapa da Operação “Curuquetê 2”. A ação foi deflagrada pelo Governo do Amazonas no início de junho, para reforçar o combate ao desmatamento ilegal e às queimadas não autorizadas no estado.
O encontro ocorreu na sede do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na zona centro-sul de Manaus. Na ocasião, o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, apresentou aos órgãos envolvidos na operação um panorama da situação de desmatamento e queimadas no Amazonas, a partir da análise de dados do monitoramento geoespacial realizado pela Sema.
“A gente teve uma redução do desmatamento, em especial na área foco de atuação da ‘Curuquetê 2’, que é o sul do estado. Ressaltamos os pontos positivos, mas também aproveitamos para elaborar um plano de melhorias, entendendo o que deu certo nos primeiros 30 dias de operação e o que precisa melhorar para que a gente possa fazer uma ação com menor custo e mais efetividade”, disse Taveira.
Em junho, o Amazonas apresentou uma redução de 12% dos alertas de desmatamento, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Para a segunda etapa da operação, o foco das ações estará concentrado, sobretudo, no combate às queimadas, que tendem a aumentar com o início do período de estiagem, conforme explica o secretário-adjunto de Planejamento e Gestão Integrada, coronel Hermes Macêdo.
“Tivemos resultados muito bons, e agora nós vamos montar alguns novos cenários para esta segunda etapa de trabalho, que deve ser mais crítica, por solicitar maiores esforços. Vamos atuar de forma ainda mais organizada com as equipes de meio ambiente, de fiscalização e de segurança pública, para que a gente tenha um desempenho satisfatório na redução do desmatamento e especialmente das queimadas”, afirmou.
Com a tendência de aumento no número de focos de calor, o Corpo de Bombeiros deverá contar com maior efetivo em campo, segundo o secretário adjunto da Defesa Civil e comandante dos Bombeiros do interior, tenente-coronel Clóvis Araújo.
“A Defesa Civil continuará a fazer o monitoramento dos impactos, enquanto as ações específicas do Corpo de Bombeiros serão mais envolvidas, pois entrará na situação de combate ao fogo, que será feito juntamente com as tropas do Exército”, afirmou.
Multas e processos criminais – A segunda etapa da Operação “Curuquetê 2” também contará com uma sistematização das informações de multas aplicadas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). De acordo com a delegada Carla Biaggi, titular da Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), a proposta é fazer com que mais autores de desmatamentos e queimadas ilegais passem a responder criminalmente pelas práticas.
“A Polícia Civil está integrando essa operação e, como polícia judiciária, nós vamos integrar na nossa função o combate a esses crimes ambientais. É muito importante que todos esses infratores possam responder não somente às multas, mas também a processos judiciais em paralelo. Nós temos que cercar esse tipo de crime por todas as vias, tanto de forma administrativa e repressiva, como judicial”, pontuou.
Para o diretor-presidente do Ipaam, Juliano Valente, a integração dos dados dará maior suporte na repressão aos crimes ambientais. “A sistematização das informações é a principal ferramenta para combater o desmatamento e as queimadas no Amazonas”, disse.
Mais recursos – O combate ao desmatamento e às queimadas terá ainda o suporte financeiro de R$ 30 milhões, repatriados no âmbito da Operação Lava Jato e repassados ao Amazonas.
“Nós estamos bem animados pela aprovação de uso dos recursos do Fundo Petrobras pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-AM). Parte desse montante vai para o Sistema de Segurança Pública, também para melhorar a qualidade do trabalho, em especial dessas forças que vão estar atuando nas pontas”, completou o secretário Eduardo Taveira, ao afirmar que parte do dinheiro deve ser direcionado para a contratação de mais brigadistas.
FOTOS: Jamile Alves/Sema