Sema Amazonas reforça proteção de quelônios com capacitação de monitores no Médio Juruá
Ação coordenada em parceria com ICMBio reúne 58 monitores e instituições parceiras

Com o objetivo de fortalecer o manejo e a proteção de quelônios, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), em parceria com o Instituto Chico Mendes de Proteção à Biodiversidade (ICMBio), realizou a Oficina de Capacitação de Monitoramento de Tabuleiros de Quelônios do Médio Juruá 2025.
O evento foi realizado na Reserva Extrativista (Resex) do Médio Juruá, com participação de 58 monitores de comunidades tradicionais da região. Entre os dias 16 e 17 de junho, os participantes avaliaram os resultados do monitoramento de quelônios da temporada 2024, receberam capacitação técnica, integraram novos voluntários e planejaram as ações para o próximo ciclo de proteção dos tabuleiros.
“Esse trabalho é um orgulho para a nossa região. A proteção dos tabuleiros é feita por quem vive aqui e conhece o rio como ninguém. A gente tem uma responsabilidade muito grande com essa biodiversidade, e ver esse esforço sendo reconhecido e ampliado com o apoio do Estado e das instituições é um passo enorme”, afirmou o gestor da RDS Uacari, Gilberto Olavo.
As atividades são desenvolvidas em duas Unidades de Conservação da região: a Resex do Médio Juruá e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uacari, esta sob gestão da Sema. Estas são áreas de desova essenciais para a reprodução de espécies como a tartaruga-da-Amazônia e o tracajá.

Venda legal de quelônios manejados
A região do Médio Juruá também celebrou, neste ano, um marco histórico – a primeira comercialização legal de quelônios criados sob manejo comunitário no Amazonas, viabilizando a venda de aproximadamente 1 mil animais em Carauari.
Fruto de mais de seis anos de monitoramento em tabuleiros protegidos pelas comunidades, a comercialização gerou cerca de R$ 80 mil em renda direta para 50 famílias, com venda autorizada, lacrada e acompanhada por nota fiscal e recibo, conforme previsto em normas estaduais de manejo sustentável.
A oficina e as atividades de monitoramento contam com o apoio técnico e institucional da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por meio do Programa Pé-de-Pincha, Associação dos Moradores Agroextrativistas da RDS Uacari (Amaru), Associação dos Moradores Extrativistas da Comunidade São Raimundo (Amecsara), Instituto Juruá, Fundação Amazônia Sustentável (FAS), prefeituras de Carauari e Itamarati, e a Casa Familiar da Floresta.

Fotos: Divulgação/Sema