Sema viabiliza formação de 40 aquaviários em quatro Unidades de Conservação

Trabalho é parceria com a Agência Fluvial da Marinha de Humaitá

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), em parceria com a Agência Fluvial da Marinha de Humaitá, entregou 40 Cadernetas de Inscrição e Registro (CIR) aos comunitários graduados no Curso de Formação de Aquaviários Marinheiros de Convés e Máquinas, promovido entre os dias 8 e 14 de julho deste ano. 

As entregas ocorreram no sábado (21/09), na comunidade Boa Esperança, localizada na Reserva de Desenvolvimento  Sustentável (RDS)  do Rio Amapá,  em Manicoré  (a 332 km de Manaus). Além desta, outras três RDS foram contempladas no curso, sendo as Reservas do Juma, do  Rio Madeira e do Uatumã.

“Nessa formação, estão aptos profissionais das áreas da saúde, líderes comunitários, professores, agentes comunitários e condutores de transporte escolar, pessoas responsáveis pelo tráfego e fluxo de moradores das comunidades. Esse curso é voltado, além da capacitação, à propagação de medidas de segurança e conhecimento entre as comunidades, sendo um marco referencial para as UCs participantes”, explicou o gestor da RDS Rio Amapá, Rosivan Moura.

Sobre a carteira

A Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) é um documento de habilitação, identificação e registro de dados pessoais do aquaviário, emitida para registrar o serviço marítimo do portador. Os participantes do curso foram qualificados para exercer a função na Marinha Mercante como Aquaviários do 2º Grupo – Fluviários, Seção de Convés e de Máquinas, com inscrição na categoria Marinheiro Auxiliar Fluvial de Convés (MAFC) e Marinheiro Auxiliar Fluvial de Máquinas (MAFM), para atuar no nível 1.

Segundo o instrutor do curso, Capitão-Tenente Valmir, o objetivo da formação foi capacitar os alunos para que pudessem exercer funções de Patrão de embarcações com capacidade de até 10 toneladas e potência propulsora de até 170 KW. Os formados agora estão aptos a atuar na navegação interior, em lagos e rios, além de prestar apoio nas atividades portuárias fluviais.

“Na nossa jurisdição, a quantidade de aquaviários que navegam sem o mínimo conhecimento teórico e prático é alarmante. Foi uma grande satisfação formar essa turma com 40 pessoas aptas a navegar. Acredito que eles estão muito orgulhosos de terem a carteira e o diploma. Mas nós também, que ministramos o curso e proporcionamos esse material, estamos orgulhosos, talvez até mais”, afirmou.

Conquista comunitária

O trabalho é um marco para as Unidades de Conservação, que agora contam com profissionais qualificados para a condução de embarcações. O curso visou não apenas a formação técnica, mas também a segurança nas atividades fluviais, fundamentais para o tráfego e fluxo de pessoas nas regiões ribeirinhas.

Para o agricultor Cleunilton Moreira, o curso agregou muito, pois o conhecimento adquirido pode salvar vidas.  “A gente é acostumado a andar no rio Madeira sem saber das regras, a gente pensa que não tem, mas tem. O Madeira como está agora, muito seco, fica perigoso pra gente, e a Marinha trouxe esse curso na hora certa”, relatou.

Membros de lideranças comunitárias também participaram da ação. O líder comunitário da comunidade Boa Esperança, Rivelino Carvalho, explica a importância do curso para a economia da comunidade. “A gente anda bastante nesse rio, principalmente a nossa comunidade, que participa da Feira do Produtor Rural. A gente vai ganhar duas ‘voadeiras’, uma de motor 90 e outra com motor 60, e estaremos habilitados para dirigir esses barcos que vão chegar”.

Para o condutor de ambulâncias e agente de saúde, Paulo Gaudino, o curso promovido e a Caderneta vieram na hora certa. “Essa carteira caiu como uma luva. Como tive essa oportunidade, eu deixei tudo, disponibilizei o meu tempo, e tirei o documento, graças a Deus. É válido demais ter um trabalho agora regular”, afirmou.

Áreas Protegidas

A logística recebe apoio financeiro do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), que é uma iniciativa conjunta patrocinada por agências governamentais e não governamentais para expandir a proteção da floresta amazônica. Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática, tem o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) como gestor e executor financeiro. No Amazonas, é executado por meio da Sema, em 24 Unidades de Conservação do Estado.

Foto: Noir Miranda/Sema